Festival de Parintins 2010 (Segunda noite)

em 27 de junho de 2010.
Que cidade é essa?
Que povo é esse?
Que energia é essa?

Quando escrevi o comentário sobre a primeira noite e finalizei dizendo que “TUDO AINDA ERA NADA,pois se tratava apenas da primeira noite”, nunca imaginaria o quanto eu ficaria fascinado ainda no segundo dia do 45º FESTIVAL DE PARINTNS.

Mesmo já acompanhando o festival a quase 15 anos (só quinze anos... Que raiva não ter ficado sabendo dele antes disso, tipo: na barriga da minha mãe, para sair dela cantando toada, ao invés de chorando), eu sempre fico mais e mais surpreso  com a capacidade deste povo maravilhoso de “capricharem” em tudo que fazem e “garantirem” sempre um espetáculo a cada ano que passa, ainda mais grandioso, magnífico, mais... Eh ... (que falta me faz as palavras nessa hora) ... Tentar definir a beleza desta festa é com tentar definir o amor (você quer tentar? Vá em frente!)

Neste segundo dia de festival, quem abriu a noite foi o Boi-bumbá Caprichoso. Como o nome já fala por ele, capricho é o mínimo que se pode falar quanto a apresentação deste bumbá. A começar pela galera, que estava ligada a toda potência, incendiando a apresentação do “touro negro”, as toadas foram cantadas com garra, com amor, sobretudo a toada “Caprichoso por inteiro” e “Chegada do meu boi”, cada item individual dói um show a parte. A minha dúvida quanto à maneira como o rei David  Assayag estava se apresentando na primeira noite se confirmaram nesta segunda noite, infelizmente, com a notificação  de que o mesmo encontra-se com uma virose e por isso não tem apresentado o desempenho de anos anteriores (torço pela melhora deste gigante,  pois para mim, muito mais importante do que tê-lo em um ou outro bumbá, é poder vê-lo animando no festival com seu jeito ímpar de cantar toadas; uma voz como a dele faz muita falta). Cada alegoria foi um encanto a parte, principalmente a que trazia a Sinhazinha da Fazendo, o Amo do Boi, e a Porta Estandarte. Um outro ponto alto da apresentação do Boi-bumbá Caprichoso foi a apresentação da lenda indígena Wãnkô Fiandeira, desde a melodia até o toque da marujada (passando pelas coreografias, as alegorias) tudo estava impressionante (eu, em particular, esperava pela apresentação desta toada, pois desde maio ouço a mesma e apostava em algo belíssimo que, realmente, confirmou-se).

(Caprichoso)

A continuidade da segunda noite do Festival de Parintins 2010 ficou por conta dele, o Boi-bumbá Garantido, que nunca perde a capacidade de surpreender, de superar-se, e emocionar. Quem viu a primeira noite não compre gato por lebre, pois este bumbá veio com fogo, melhor dizendo, com  o fogo da “paixão”. É bem verdade que contratempos existiram na primeira noite, mas eu não me arrisco a tentar definir o que eu vi na noite de ontem (26/06). Em primeiro lugar, o levantador de toadas Sebastião Júnior, estava muito mais a vontade, e o cara arrebenta! O ex-levantador de toadas do Boi Garantido (David Assayag) em entrevista, falou do carinho que teve em trabalhar por 15 anos com este bumbá, mas afirmou que o alvo do Garantido neste ano seria ele e nem tanto o Boi Caprichoso, e isso se confirmou quando o Amo do Boi  Garantido se apresentou, a cada nova entrada, os versos do mesmo alfinetavam o antigo levantador de toadas, . A Sinhazinha da Fazendo foi outro show a parte, linda, com uma indumentária surpreendente. A galera vermelha (vermelho fogo) parecia nem se tocar de que estavam lá desde as 15 horas (outros até antes disso) e que já passava da uma da manhã. Quando a apresentação do Garantido começou, eles pareciam estar ligados a 220 woltz (ou muito mais). O pajé (expetacular) veio para mostrar que a noite passada deveria ficar “no passado” mesmo... Indescritível! Assim como na apresentação anterior, desta segunda noite, eu aguardava pela toada “Turé” que fez parte do ritual indígena do pajé do Garantido. (definitivamente, pelos anos de ouvinte de toadas, dá pra saber que apresentações serão as mais grandiosas pela toada que escolheram para ela). Me sinto um tanto quanto triste quando tento dizer o que sinto ao assistir ao festival, pois não encontro palavras, nem mesmo quando coloco-as no superlativo.

(Garantido)

Mais uma vez devo destacar a atuação das transmissões de TV. Ontem, novamente, em certo momento eles narravam uma partida de futebol e não o Festival, pois não nos permitia ouvir as toadas, nem os comentários dos apresentadores, que são os que de fato explicam da maneira correta o Festival. O posicionamento das câmeras no quesito “hora do aparecimento dos itens” deixou novamente a desejar (vê-se aprendem pessoal!). Bom, mas pelo menos está melhor do que quando um certo apresentador de jornal comentou, há dois anos atrás.

E hoje? Hoje é o dia!
Para mim que não moro em Parintins, hoje é o dia de chorar. (que raiva por não ter nascido no Amazonas – como o slogam do governo do estado diz: eu também teria orgulho de ser amazonense). E hoje também vale a frase de ontem:

“Tudo de ontem ainda é nada, pois foi apenas a segunda noite de festival”

Para esta noite tenho expectativas com relação a algumas toadas dos dois bois-bumbás, que acredito estarem reservando surpresas, belas surpresas.

Abraço galera dos dois bois!
Eu queria escolher um agora, mas isso agora faria com que eu me sentisse incompleto...
Conto com vocês para incendiarem a noite de hoje.

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