Festival de Parintins 2010 (Terceira Noite)
Ahhhhhhh!! Já estou com saudades!
Bem amigos da... Ops! Programa errado!
Bom, galeras dos meus bois (isso ficou pior – o plural estraga a língua portuguesa)
Agora sim... Falando sério. Ontem aconteceu a terceira noite do 45º Festival de Parintins, e ao final das apresentações dos bois-bumbás Caprichoso e Garantido eu já estava sentindo um vazio no meu “coração” e minhas noites sem “estrelas”.
Mas vamos por partes (como fazem os açougueiros). A terceira e última noite de apresentação dos bois já se inicia com grande expectativa. Uma certa demora por parte dos jurados em se deslocarem para as suas cabines, o que atrasou a entrada do Boi-bumbá Caprichoso, o primeiro da noite, deixou no ar a sensação de que algo estava acontecendo por trás das cortinas deste lindo “Teatro a Céu Aberto” (o que só apimenta ainda mais a noite). Logo que as explicações foram dadas _ uma suposta troca de pastas por confusão dos jurados, o que obrigou a coordenação do festival a reorganizar-se novamente_ a festa pode então começar (mas algo não estava muito claro a meu ver)
Como disse anteriormente, quem abriu a última noite foi o Boi-bumbá Caprichoso, que trouxe para a arena o canto dos pássaros da floresta. Logo de início a surpresa de ver o ritual indígena sendo encenado ainda no começo da noite, trazendo o Pajé que permaneceu na arena durante toda a noite e sem perder o fôlego. Antes disso o mesmo na maior prova de superação, quando nos lembramos do Festival de 2009, no qual o mesmo machucou-se durante a sua apresentação no primeiro dia de festival. Corajoso, ousado, criativo (irado! Eu diria!). E por falar em fôlego, como estava enlouquecida a galera do Caprichoso, cantando, pulando, fazendo as coreografias com uma energia ainda maior do que na noite anterior. Mesmo ainda se recuperando de uma virose o rei David Assayag estava magnífico, aparentemente bem melhor do que nas noites anteriores, deixou a todos emocionados com sua forma ímpar de cantar toadas. Durante toda a noite repetiram-se as toadas que mais empolgavam os torcedores do Boi Caprichoso e assim, era impossível não cantar do início ao fim das apresentações. Cada item individual entrava na arena com fome de vitória, Sinhazinha, Porta-Estandarte e Rainha do Folclore, literalmente desfilaram pelo bumbódromo. Já o Amo do Boi Caprichoso, continuou “pegando leve” com o contrário. Como na noite anterior o Amo do Boi Garantido fez provocações tanto ao Amo como ao Puxador de Toadas do Caprichoso (Edilson e David), eu aguardava a forra, que não aconteceu! Ainda que os últimos versos tenham cobrado do Boi Garantido que demonstrasse onde estava a sua “tradição” (essa foi um pouco forte!). As coreografias foram um espetáculo particular, sempre criativos como o de costume e apoiados por fantasias que surpreendiam pelas transformações que realizavam em frente aos nossos olhos que por mais atentos não são capazes de enxergar todos os detalhes. Por fim, Eu já estava numa expectativa tremenda quando encaminhávamos para duas horas e quinze minutos e ainda não havia aparecido na arena a Cunhãporanga, até que enfim, em meio a encenação da lenda do boto a mesma surgiu e embora com estrema leveza e elegância, correu contra o relógio para não ser prejudicada ao final da apresentação.
Na segunda parte da noite entra em cena para delírio da galera encarnada, o Boi-bumbá Garantido. O mesmo iniciou sua apresentação um pouco mais tarde por conta do atraso inicial já mencionado, mas isso não significava nada para a galera do Garantido, pois torcedor que é torcedor não se cansa. Como nas noites anteriores o show do Garantido começa com a explosão da galera. Mais uma vez quero ressaltar também a primorosa voz e a coragem, responsabilidade e o carisma do novo puxador de toadas do Garantido (Sebastião Júnior), que noite após noite mostrou também sabe brilhar. Outro item que merece todos os elogios é o próprio Apresentador do Boi-bumbá Garantido (Israel Paulain), que é irmão do Apresentador do contrário, que com belas palavras, retórica eloqüente, clareza, consegue dar um toque ainda mais especial a apresentação dos itens do boi. Toda a apresentação do Garantido veio com energia, com um gás de quem quer mostrar que vai ser campeão, apesar dos problemas da primeira noite, já que na segunda noite a apresentação do mesmo foi meticulosamente perfeita. O Garantido também abusou das toadas conhecidas e que despertam a loucura da galera. Ah!! Como eu poderia esquecer-me da linda e imensa imagem de Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Parintins, sobrevoando a galera do Garantido (no lugar onde, em outros festivais o “Belezão” fazia sua aparição), jogando fitas e do centro do seu coração desponta o Boi-bumbá Garantido (corajoso!). A noite do vermelho termina como o de costume, com o ritual indígena e a aparição do Pajé, porém, se tem algo que não se pode dizer é que uma apresentação do Pajé do Garantido é “normal”, esse cara é fenomenal (muito doido – é o que eu diria), sempre surpreendente. Como o bumbá encerrou suas apresentações antes do tempo limite, houve espaço para fazer “aquela festa” que é de certa forma, tradição no vermelho e branco.
Bom... Nem preciso dizer que ao assistir a última apresentação eu já sentia um vazio, uma falta tremenda de ver tudo novamente (falo sério quando digo que passo um ano inteiro a espera destes três dias de esplendor).
AHAAAA!! Pensou que eu deixaria de comentar a atuação da TV? Nada disso! Bom... Galera, para ser sincero, nesta última noite eles até que fizeram a lição de casa bem (ou quase), mas pessoal, não fiquem chateados, porém eu tenho que ser sincero em uma coisa, os comentaristas de ambos os bois nunca admitem que algo não saiu muito bem e nós que também amamos os bois ficamos numa ânsia de entender certos acontecimentos. Eu, particularmente, perco até o sono me perguntando, porque um boi atrasou? Porque se apresentou mais ou menos cadenciado? Quem evoluiu com maior qualidade? Fica aqui a dica, procurem um especialista nos bois, mas também conhecedor profundo do festival, das regras, dos jurados, etc.
Ah! Antes que eu esqueça... Vamos iluminar mais e melhor o bumbódromo, com preocupação em escolher uma forma de iluminação que destaque as cores das alegorias da forma mais fiel possível, pois isso ajuda aos “ceguetas” como eu (Kkkkk).
Amigos, um graaaaaaaaaande abraço!
Festival de Parintins deveria ser semanal (brincadeira!! Sei que dá muito trabalho)
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3 Comentários:
Teu post deixa qualquer um querendo conhecer esse festival... vc deveria ser contratado para fazer a propaganda.
muuuuuuuuuuuuuuito legal
que festa linda...
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